E o pior de tudo é que não é a primeira vez que isso acontece. E provavelmente não vai ser a última, porque os dias vão passando e eu continuo sendo essa pessoa estúpida que não consegue se impor.
Eu tenho vontade de virar pra ele e falar que essa foi a última vez que ele me ignorou um fim de semana e ficou por isso mesmo. De virar pra ele e desembuchar: "Sábado que vem eu vou sair, beber, dançar e beijar na boca. Se você vai estar comigo a decisão é sua". Mas não tenho coragem de fazer isso. Porque eu sei que eu posso falar o que for que nesses momentos eu não vou conseguir tirar a expressão de "foda-se" do seu rosto. Que ele sequer vai ficar bravo, contra-argumentar ou expressar uma opinião. No máximo vai dar de ombros, e se responder alguma coisa vai ser algo no sentido de que eu faço o que eu quiser.
E a indiferença machuca. Assim como pensar que o que quer que tivesse acontecido comigo não faria diferença pra ele nesses momentos. Tivesse eu doente, morrido, o que quer que fosse, acho que não se daria ao trabalho de aparecer.
Eu sei que essa é mais uma história idiota. Que eu não sou valorizada o tanto que gostaria porque se me sujeito a isso é porque não me valorizo tanto assim. Mas são só momentos.
Olhando como um todo, eu amo o resto. Amo o quanto ele pode ser bondoso, gentil e engraçado. Quando ele me faz massagem no joelho ou me coça as costas até eu dormir. Amo inclusive o fato da gente nunca ter brigado, ter apenas se calado por um tempo até a poeira abaixar. Mas não precisava ser indiferente.
E eu fico pensando, que por mais que ele faça tanto por mim em alguns momentos, o tanto que ele se esforça pra demonstrar que nao liga pra mim em outros pode até ser verdade...
E amanhã vou acordar com as olheiras mais feias do universo.