PRESSA NO AMOR...

Comecei a namorar cedo. Oficialmente aos 15 anos, e desoficialmente vinha tendo namoricos desde os 13. Fois aos 13 que peguei um ônibus com os olhos repletos de lágrimas pela primeira vez. E chorava como se tivesse sofrido a maior decepção da vida, e simplesmente o que havia acontecido é que o garoto que eu havia beijado uns 5 dias atrás, e clamava aos 4 ventos que era meu namorado, já não me queria mais. Tá, na época não era tão simplesmente assim, parecia a pior sensação do mundo. Sei lá, eu acreditava mesmo que aquele maluco ficaria aqui pra sempre? Devia acreditar.
E essa situação se repetiu várias vezes.
Pergunto-me se haveria o que meus pais pudessem ter feito para evitar que eu namorasse tão cedo. Acho que não. Eu era meio rebelde e fazia tudo escondido. Acho que eles tentaram o quanto puderam. Eu não podia sair, ao contrário de todas as minhas amigas, mas eu podia namorar, e era aí que eu ancorava meu barco. Talvez se eu pudesse sair, eu não teria namorado, oficialmente, tão cedo, mas com grandes chances teria me tornado uma piriguetezinha, mesmo que só por um tempo. Então foi melhor assim.
Hoje olho pra trás e penso: "Que vantagem Maria, ou melhor, Kesianne levou?"
Nenhuma.
Há um acúmulo de desilusão, de choros em bancos de ônibus, de corações arrancados de árvores, tudo levando a perda da inocência.
A inocência do príncipe que apareceria sendo perfeitamente perfeito, que diria eu te amo e como prova disso traria de presente 1000 margaridas.
Mas já tá tudo calejado. E mesmo assim tudo que eu quero é me afogar no seu abraço e fico repetindo mentalmente um milhão de vezes: "me ama e fica", com esperança de que funcione. E vc me diz que nessa vida o que é garantido é só a morte, e aparentemente a gente vai ficando assim, se defendendo com o escudo das mágoas anteriores e e torcendo que dessa vez a vida proporcione só muitos sábados preguiçosos como os de ontem, eu e você e quase um nó nos braços.